O enxofre preenche
cada vazio da alma
e cada estrela
que não está em mim.
Os insetos murmuram cantos,
satânicos e atraentes,
musicais como o tilintar
de taças despedaçadas.
Sou a antítese eterna que
precede qualquer pretensa verdade.
A hipocrisia que precede cada jura.
A crueldade que precede o afago.
Me afogo
no fogo.
Não fujo.
Somente finjo
que sou um anjo.
E no desarranjo de versos
absurdos e perversos
me revelo, eu:
Cristo crucificado,
demônio-cupido;
sofrimento sujo:
um querubim caído.
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